22/01/2013

I Want Candy



I Want Candy é um daqueles clássicos pop talhados para criar festas instantâneas e equívocos em forma de versão - como neste caso e neste também. O single original saiu em 1965 pela mão dos The Strangeloves que não eram mais do que um trio de produtores nova iorquinos, travestidos de irmãos australianos com raizes numa quinta de ovelhas, e à época correu bem ao ponto de originar uma banda de músicos de estúdio para encarar o sucesso.

Em '82 é repescado pelos Bow Wow Wow que editam a versão definitiva da música - não muito distante da matriz original. Curioso no meio de tudo isto é verificar que também os Bow Wow Wow foram um produto de marketing, neste caso de Malcom Maclaren e Vivienne Westwood.

24/10/2012

Future Games



Os Fleetwood Mac tiveram dois periodos bem definidos. O combo blues rock de final de 60's dominado por Peter Green e a máquina pop da segunda metade dos 70's. A música de que aqui se fala vem da menos popular fase de transição dominada pelo recém-falecido Bob Welsh (entre outros) e, tendo em conta o rumo que a banda ia tomar, não poderia ter um titulo mais profético.
Os MGMT aproveitam a ligeira influência psicadélica da gravação de 1971 para fazerem uma total imersão nesta versão que saiu no disco de tributo aos Fleetwood Mac. Curiosamente o tema original não ficaria deslocado daquilo que se ouve ao longo de "Congratulations".

22/10/2012

Je t'aime... moi non plus



Do original pouco há para acrescentar ao muito que já foi dito. É um dos clássicos maiores da 2ª metade do Séc. XX e está tudo dito. Na verdade quase que se pode dizer que é um cover já que foi gravado originalmente pela Brigitte Bardot. Mas como a gravação em causa só foi lançada em '86 fica excluida da equação.
Quanto à versão aqui em cima foi gravada pelos jamaicanos Harry J Allstars, em 1969, que não era mais do que um projeto de estúdio do produtor jamaicano Harry Johnson e é conduzida por um orgão fantasmagórico. Mais narcótica, menos sensual. Uns anos depois seria o próprio Gainsbourg a fazer o percurso inverso.

11/10/2012

My Little Red Book



Aproveitando a entrada daqui debaixo, nada como recordar este óptimo cover, de 1966, dos Love.
Conta-se que o livrinho vermelho em causa era uma  pequena sugestão ao livro de Mao lançado em 1964. Digo eu que também pode ser sobre o apelo erótico de um amontoado de desejos em forma de números de telefone de moças disponíveis (afinal a música foi escrita, em 1965, pela dupla Burt Bacharach/Hal David, para a banda sonora do "What's New Pussycat"). Bem, o certo é que o moço não estava lá muito disponível emocionalmente. Continuando... Se o ligeiro toque marcial da batida do original, interpretado pelos Manfred Mann, podia inclinar para a 1ª, a abordagem pré-punk dos Love deixa correr o desejo sexual  e assim cai para a minha sugestão mais marota. 1-1 e não se fala mais nisso.

Por questões sonoras deixei aqui a versão do disco mas por questões de estilo aconselho esta.


10/10/2012

Harder, Better, Faster, Stronger



O francês Philippe Uminski fez, em 2005, aquilo que quase se pode considerar uma tripla versão. Além da óbvia "Harder, Better, Faster Stronger" dos compatriotas Daft Punk, durante a música deixa cair alguns toques da "Da Funk" e, raios me partam, se este cover, a espaços, não tresanda a Love. É ouvir.


Love Me



Habituados a escavar no pó do rock para encontrar material alheio pronto a ser cilindrado, é curioso verificar que os Cramps apenas conseguiram atualizar a intensidade furiosa do original. Encapsulado em 1 minuto e 30 segundos, este lado A do único single lançado por Jerry Lott a.k.a Marty Lott a.k.a The Phantom foi registado em 1958 e apenas lançado em 1960.
O próprio Jerry Lott descreve a gravação nestes termos: "I put all the fire and fury I could utter into it (...) I yelled and blew one of the controls off the wall (...) it was wild. The drummer lost one of his sticks, the piano player screamed and knocked his stool over, the guitar player's glasses were hanging sideways over his eyes."

09/10/2012

Remember Me



Os australianos Tame Impala, que por estes dias lançaram "Lonerism",o seu 2º disco, logo num dos seus primeiros lançamentos revelaram o quanto o seu som devia às texturas do universo da música eletrónica (além das óbvias influências roqueiras e psicadélicas).  Do projeto Blue Boy - e do seu "dono" Lex Blackmore - pouco mais se soube além deste lançamento, em 1997. One hit wonder, no seu melhor.